segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Não tenho um roteiro para essa postagem. Não há uma grande lição ou uma maravilhosa epifania. O que existe é apenas um desejo de que essas palavras possam se transformar em passarinhos e levar um sofrimento embora.
Sabe quando uma emoção, de tão grande, não cabe no peito, se dissolve na água que percorre o corpo e resolve conhecer as íris dos olhos? Assim ela lava as retinas, estas que tanta coisa já viram. As águas têm memórias. As águas trazem memórias...
... Memórias de um senhor carinhoso e brincalhão que uma netinha (parecida com uma indiazinha) dizia ser um leão-marinho. Momentos de conversas e ensinamentos, de observação profunda de uma rua, vista da janela do oitavo andar de um prédio em Belo Horizonte.
São pequenas lembranças sendo entrelaçadas por fortes sentimentos, formando assim uma colcha. E como essa colcha é bonita!
Visões de uma camisa levemente desabotoada, deixando aparecer um barrigão digno de Papai Noel brasileiro. Um bigode e cabelos ralos, claros, pintados (os restos de tinta respingados na parte de cima das orelhas não deixavam mentir).
Um senso de humor incrível... piadas repetidas várias e várias vezes fazem com que ele seja inesquecível a todos que com ele conversam.
Caneta, papel, giz, apagador... Material imprescindível para um excelente professor.
Flauta, coração... Material imprescindível para um bom músico.
E um grande amor. Um casamento de uma vida inteira. Um dia-a-dia cheio de pequenas discussões que fazem parte do show deles...
Sempre lembrarei das músicas, das histórias, das piadas, dos raros momentos de silêncio.
Agora começo a perceber a herança dele em mim.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Lançamento da 2a edição do livro Estrela da Minha Vida


A segunda edição do livro Estrela da Minha Vida, do escritor Edson Lodi, chega com novas crônicas, além de projeto gráfico inteiramente novo, em que sobressaem os desenhos – poemas em bico-de-pena – de Ricardo de Deus.
As novas histórias mantêm o mesmo tom poético, buscando no tear da memória os fios, os laços que compõem a construção da cultura caianinha.
Florestas, árvores, rios ou mesmo um pequeno avião, o Skylane, tornam-se personagens de um mundo fascinante que precisa ser conhecido e reconhecido em sua essência – delicadezas que, de tão simples, poderiam passar despercebidas ao olhar menos atento.
O capítulo “Antônio Gabriel, um homem de coragem” ganha novos contornos e o leitor certamente se sentirá mais próximo do universo de encantamento da infância de Antônio Gabriel e seus irmãos – entre eles, Mestre Gabriel – nos sertões da Fazenda Pedra Nova.
Um registro de saudade e gratidão é incorporado à nova edição na forma da homenagem prestada ao mestre Antônio Gabriel, falecido recentemente. Nessa crônica, chamada Amor de longe, é contada a história de um sonho, riquíssimo em imagens e símbolos – visão a amenizar a dor pela ausência física de um querido amigo –, história desvelada em linhas de finíssima e tocante poesia.
É, portanto, um novo livro, e merece a leitura atenta e sensível de todos os que buscam conhecer e compreender a origem de simplicidade e fraternidade de Mestre Gabriel e sua família, sentimentos que se espalham pelas crônicas de viagem do autor e enriquecem suas experiências singulares no envolvimento com essa obra – a religião fundada nas florestas da Amazônia.

O lançamento de Brasília será no dia 10 de agosto, às 19h30, no Espaço Cultural Renato Russo (CRS 508, bl A, lj 72). Além da tradicional noite de autógrafos, teremos a apresentação de um vídeo relacionado ao tema e shows com artistas brasilienses.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

A volta

Há algum tempo estou afastada da minha vida de escritora amadora. Tenho me dedicado à vida de estudante profissional, de psicóloga de finais de semana e de bordadeira de férias.
Estou num momento muito especial, onde começo a me conhecer e a mergulhar um pouco mais fundo numa piscina interior de águas correntes. No início essa piscina parecia um pouco turva, o que me assustava muito, mas comecei molhando o pé, depois as pernas. Com um pouco de tempo entrei na parte que dava pé, e agora sinto que estou dando as primeiras braçadas nessa água tão misteriosa.
Sempre pensei que me conhecesse bem. Nunca tive a ilusão de me conhecer completamente, mas pensava que me conhecesse o suficiente. Que ilusão! Agora descubro um novo mundo à minha frente. Descubro que sou uma pessoa muito diferente do que imaginava. Descubro que sou bem menos doida do que pensava. Aprendo a ter um pouco mais de paciência comigo.
E sabe que estou gostando disso. Estou descobrindo uma pessoa muito interessante que, por 21 anos, reprimi e tranquei num calabouço interior.
A cada dia descubro que os escorpianos são pessoas interessantes (rs). Um pouco diferentes, é verdade, mas podem ser excelentes seres humanos. Descubro que muitas atitudes que sempre pensei que fossem erradas, na verdade não o são, também não são certas, são apenas as minhas reações e o meu jeito de ser.
Nossa, que alívio todas estas descobertas estão me proporcionando! Sinto minha respiração mais leve.
Será que a Sacerdotisa estará descendo de seu mundo "superior"?

quinta-feira, 9 de junho de 2011

As mulheres - "se não suporta TPM, case-se com um homem"

Um querido amigo encaminhou a mensagem abaixo para sua lista de contatos. Tive a alegre surpresa de recebê-la.
Isso me fez feliz por hoje.
Gostei tanto que compartilho com vocês. Apreciem!

"Tenho apenas um exemplar em casa, que mantenho com muito zelo e dedicação,
mas na verdade acredito que é ela quem me mantém.
Mulher vive de carinho. Dê-lhe em abundância. É coisa de homem sim, e se ela
não receber de você vai pegar de outro.
Beijos matinais e um 'eu te amo’ no café da manhã as mantém viçosas e
perfumadas durante todo o dia. Flores também fazem parte de seu cardápio –
mulher que não recebe flores murcha rapidamente e adquire traços masculinos
como rispidez e brutalidade.
Respeite a natureza. *Você não suporta TPM? Case-se com um homem*. Mulheres
menstruam, choram por nada, gostam de falar do próprio dia.
Não faça sombra sobre ela. Se você quiser ser um grande homem tenha uma
mulher ao seu lado, nunca atrás. Assim, quando ela brilhar, você vai pegar
um bronzeado. Porém, se ela estiver atrás, você vai levar um pé-na-bunda.
Aceite: mulheres também têm luz própria e não dependem de nós para brilhar.
O homem sábio alimenta os potenciais da parceira e os utiliza para motivar
os próprios. Ele sabe que, preservando e cultivando a mulher, ele estará
salvando a si mesmo.
É, meu amigo, se você acha que mulher é caro demais, vire gay. Só tem mulher
quem pode!"

 Luiz Fernando Veríssimo.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

E o futuro?

Por algum tempo me afastei das minhas atividades bloguísticas para me dedicar com mais afinco às atividades acadêmicas e algumas atividades fraternais que me fizeram pensar bastante no futuro. 
Durante esse período aconteceram algumas coisas muito boas, uma delas é que agora estou rodeada de bebês e criancinhas maravilhosas, extremamente inteligentes e espertas. 
Não é segredo para ninguém que eu gosto muito de crianças, que realmente me sinto bem perto delas e que essa energia me nutre profundamente. Por ter esse sentimento comecei a pensar bastante a respeito do futuro, como o mundo estará daqui há 50 anos? Como a sociedade se comportará daqui há 30 anos? Se analisarmos bem, esse é um futuro próximo, que se tivermos sorte veremos chegar e poderemos perceber os resultados de muitos atos nossos que por enquanto achamos que estão certos.
Que mundo estamos deixando para nossos sobrinhos, afilhados, filhos e netos? Eu realmente quero deixar para eles as coisas um pouco melhores. Não quero ter uma visão catastrófica do mundo e da humanidade, não sou do tipo de pessoa que acha que está tudo péssimo. Sei que temos coisas interessantes acontecendo e pessoas muito boas trabalhando em prol do bem comum (que Deus conserve!).
Penso que algumas coisas podemos fazer para que essas crianças sejam capazes de serem melhores do que nós. Podemos plantar sementes básicas para que eles se transformem em mulheres e homens de bem, que priorizem a paz e saibam o quanto é importante a honestidade, a sinceridade, o amor ao próximo, a fraternidade. Com esses valores bem formados em seus corações penso que eles poderão lidar melhor com as questões ambientais e poderão trabalhar com mais facilidade para melhorar a vida de todos.
Muitas pessoas falam que na política só tem bandidos, prefiro não pensar assim. Se realmente quisermos um país melhor temos que acreditar na democracia e trabalhar para que tenhamos mais representantes honestos e comprometidos com o povo. Precisamos nos preparar para saber escolher o que queremos para o nosso futuro para, dessa maneira, poder traçar metas sólidas e possíveis.
Espero que daqui há 50 anos eu seja uma senhorinha muito esperta e realizada vendo um país mais justo, com saúde de qualidade para todos, com educação de verdade para seus filhos. Desejo poder ver meus sobrinhos em um bom caminho.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Durante o feriado do Carnaval me hospedei na casa de alguns amigos. Depois de muitos filmes e guloseimas começamos a falar as besteiras habituais mas, por incrível que pareça, essa conversa evoluiu para um "papo cabeça" a respeito das modas que inventam, todos seguem e depois que passam os ex-seguidores ficam só com a vergonha.
Hoje fiquei lembrando de quantas roupas estranhas inventaram, quantas "melhores bandas dos últimos tempos da última semana" existiram, quantas "invenções que você não pode perder" venderam, quantas atitudes politicamente corretas criaram.
Podemos lembrar de algumas modinhas engraçadas. Me divirto lembrando das boy bands de cada geração e das besterias que as fãs faziam para conseguir uma assinatura. Também gosto de ver fotos antigas para comparar a evolução nos cortes de cabelo (vamos falar a verdade, aquele permanente que usavam na década de 70 era horrível!!). E as roupas então... essas prefiro não comentar, elas merecem um post exclusivo.
O problema é que algumas modas deixam de ser engraçadinhas e passam a ser preocupantes.
Há pouco tempo atrás o correto e mais saudável para uma grávida era ter seu bebê fazendo uma cesariana (mesmo que a mulher tivesse vontade e total capacidade para um parto natural), e além disso diziam que as criancinhas precisavam consumir leite em pó, pois o leite produzido pelo corpo da mãe não era suficientemente nutritivo. Graças a Deus essa moda passou.
Hoje ainda podemos perceber algumas nada interessantes. Não gosto da alusão ao homossexualismo que percebo a mídia fazendo. Na minha opinião devemos respeitar as pessoas que tem essa opção sexual, afinal de contas somos iguais. Mas também não acho certo adolescentes serem induzidos a ter essa opção. É uma escolha muito pessoal, e de consequências significativas para ser imposta a alguém.
Também vejo várias e várias mulheres buscando a beleza e fazendo milhares de tratamentos estéticos. Um deles é a tal da progressiva. Gente, esse negócio tem formol! É melhor buscar a conformação com o cabelo cacheado do que daqui há algum tempo não ter cabelo para contar a história!
Mais uma coisa perigosa para a saúde que deixa as mulheres "bonitas" é a tinta pro pobre do cabelo. Esse negócio tem metais pesados. Queridas, vocês não precisam ser loiras para ser maravilhosas. Agora, imaginem juntar a tinta com a progressiva. É quase a fórmula da bomba atômica que vai para perto do cérebro! Isso é muito sério!
Cada um tem uma beleza natural. É ridículo padronizar isso. Acho importante aprendermos a nos amar e nos aceitar como somos. Podemos melhorar aqui ou ali, mas acho doente a ideia de melhorar por fora e estragar por dentro.
O campeão no quesito "se conforma" são aquelas pessoas que gostam muito de demonstrar que aprenderam outros idiomas. Eu realmente acho extremamente necessário ter conhecimento de outras culturas, mas precisamos aprender a valorizar a cultura do país que estamos, principalmente o nosso país de origem. A coisa mais ridícula que já vi é uma banda de rock onde todos os integrantes são brasileiros e moram no Brasil, mas só se comunicam em inglês. Podemos usar outros idiomas, mas não faz sentido deixar de usar a língua do país. 
Se você é assim, se conforma, por algum motivo muito interessante você é brasileiro e não tem um Green Card!

Hoje fiquei muito impressionada com a notícia do forte terremoto que atingiu o Japão. As imagens eram assustadoras: tetos desabando, o mar levando containers e carros como se fossem caixinhas de fósforo. Essas imagens me trouxeram à lembrança a situação do Rio de Janeiro, a situação de Santa Catarina, a situação do Chile, e tantas outras que tivemos notícia.
Estamos acompanhando o resultado de tanto tempo de exploração sem controle. Podemos perceber o resultado de várias práticas cotidianas erradas. 
Muitas vezes me deparo com pessoas jogando toda a responsabilidade desse descompasso ambiental nas grandes indústrias. Elas causam muitos problemas com aquela fumacinha branca que sai das chaminés? Claro que sim, também "esquecem" de descartar o lixo em lugares adequados (entre outras coisas).
Mas não podemos nos eximir dessa responsabilidade. Se jogamos aquele papelzinho de bala no chão, se deixamos a torneira aberta enquanto escovamos os dentes, se descartamos pilhas e baterias junto com o lixo comum estamos sendo irresponsáveis.
É importante lembrar que se o Planeta ficar doente nós ficaremos doentes, afinal de contas, dependemos completamente dele para sobreviver. Preservar o meio ambiente é o mínimo que devemos fazer por amor à vida, à nossa vida.
Podemos construir tudo diferente. Técnicas para isso existem, e muitas, só precisamos de boa vontade. Se quisermos podemos tornar cada área que habitamos sustentável. Não falo apenas das temidas sacolinhas de plástico (que já estão dominando o mundo, igual os chineses), mas podemos transformar as construções, os livros, a maneira de lidar com a água, as matrizes energéticas e diversas outras coisas que fazem parte do nosso cotidiano. Mas para conseguir essa metamorfose, precisamos expandir a nossa consciência.
Um dos métodos mais interessantes que conheço é a Permacultura. Coloco alguns links para aqueles que tiverem interesse de conhecer.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Como escrevi no texto anterior, tenho escutado muitos dramas ultimamente. Acho interessante, pois posso estudar um pouco mais do ser humano e estudar muito mais de mim. Consigo analisar meu infinito particular escutando situações alheias.
Então cá estava eu, terminando de escrever um texto quando uma música me veio à mente. Comecei a lembrar da letra de "Quase sem querer", quando alguns trechos fizeram sentido com muitas reflexões que tive esses dias.
Estou sentindo necessidade de ser mais sincera comigo, admitir sentimentos e ter paciência com minhas limitações. Além disso estou percebendo algo em mim que percebo em outras pessoas também.
Cadê a coragem? Não me refiro à coragem estilo super herói - realmente acho que não precisamos ser She-Ra's e He-man's lutando contra o Esqueleto e gritando "Pelos poderes de GraySkull" - , mas penso na coragem de assumir e enfrentar algumas situações na vida.
Percebo inúmeras pessoas (inclusive eu) arranjando milhares de ocupações e usando isso como refúgio. Aparentemente é mais fácil sumir da própria vida, ocupar a cabeça com outras coisas e fingir que não vê para onde o vento está levando o seu barquinho. Resolvi encarar isso.
Assumir e enfrentar situações demonstra coragem, maturidade e sabedoria. Sabedoria esta que tanto buscamos, que tanto estudamos em livros e aulas, e que tantas vezes desperdiçamos a oportunidade de aprender, pois ela está no dia-a-dia, na maneira como aplicamos todo esse conhecimento adquirido.
Não adianta tanto assim reforçar cada vez mais o intelecto se a inteligência emocional está fraquinha e subdesenvolvida. 
Como diz a música "E queria sempre achar explicação pro que eu sentia". Alguns sentimentos não tem explicação racional. Não adianta ficar 10 anos pensando, às vezes é necessário tomar uma atitude para realmente compreender o que é aquele sentimento. 
Uma das poucas coisas que não conseguimos comprar na Feira dos Importados, no Paraguai, na China ou nos EUA é uma bola de cristal, portanto não conseguimos ter certeza do que irá acontecer depois de cada atitude. 
Não quero dizer que devemos parar de pensar e analisar o que fazemos, longe disso. Precisamos estudar cada caso sim, mas depois desse estudo precisamos usar nosso incrível poder de decisão e enfrentar suas consequências. Às vezes a consequência é doce, outras vezes é amarga, mas nenhum sabor dura a vida toda.
O bonito é aprender com cada experiência e movimentar a vida, sem medo de errar. Afinal de contas, o tempo está passando, e o que eu construí na minha vida além do trabalho? Que relações humanas eu cativei (pais, avós, irmãos, tios e primos não valem, tá!)?
A cada dia me convenço de um fato que por muito tempo tentei fugir: as relações humanas são extremamente importantes, e dependemos delas se não quisermos ficar na secura da solidão. Um papagaio, um gato, um cachorro ou um peixinho não substituem uma pessoa. 
Eu ainda não sou das pessoas mais sociáveis, afinal de contas eu escrevo um blog em vez de conversar, mas estou trabalhando essa dificuldade.
Esses dias fiquei pensando muito para decidir sobre o que escrever nesse blog. Qual seria a próxima história? Então recebi por e-mail um texto de uma escritora nigeriana e a inspiração chegou. Seu nome é Chimamanda Adichie e ela falou sobre o perigo de uma única história. Coloco o link do vídeo original, para quem quiser entender o que estou falando: http://www.ted.com/talks/lang/por_br/chimamanda_adichie_the_danger_of_a_single_story.html
Há alguns dias tenho escutado muitas histórias, e como tento ser um bom ombro amigo fico pensando nas melhores palavras a serem ditas para cada situação. Esse texto se encaixa com o que penso.
Todos nós somos formados por inúmeras histórias, somos livros sendo escritos diariamente. Nossos livros não tem apenas histórias felizes e vitoriosas, mas também não vivenciamos só acontecimentos tristes e fracassados. Para cada momento uma história, de acordo com o que precisamos para nos desenvolver. Às vezes precisamos de medidas mais enérgicas para perceber algumas coisas, e isso não significa que nosso romance tenha ido por água abaixo, tudo depende da nossa maneira de interpretar cada palavra traçada nesses pergaminhos.
Em alguns momentos gosto de estudar as reações e comportamentos das pessoas. É incrível como somos tão semelhantes e tão diferentes. Alguns sofrem intensamente por uma hora, outros pensam e remoem o assunto por meses, uns não dão muita importância para o acontecido, outros passam anos se culpado... Uma coisa que me preocupa é a ideia que alguns tem de que o normal é todos os seres humanos estarem felizes 24 horas por dia, e o pior é dizerem que quem tem alguma alteração de humor é doente. 
As páginas de nossos livros particulares são divididas em gêneros literários. Algumas histórias são escritas por meio de textos narrativos, outras por textos líricos e ainda temos os textos dramáticos. É natural manifestar diferentes reações para diferentes acontecimentos. É assim que podemos aprender a melhor maneira de agir, de modo que possamos solucionar situações mais facilmente usando sabedoria.
Precisamos aprender a equilibrar nossas histórias, escrevendo nossos livros de maneira mais rica e esperta. Assim podemos descobrir quando é melhor sair de uma fábula e quais momentos pedem uma epopéia, outras vezes um conto, uma crônica, um ensaio ou uma novela. Dessa maneira poderemos aproveitar as comédias, viver romances, perceber as farsas, contornar alguma tragédia. E assim lá vamos nós, um passinho de cada vez na construção dessa poesia que é a vida.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Epifania pós-gripe

"É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã" - Essa é a frase que me inspirou a escrever hoje. Escutando o clássico "Pais e Filhos", do Legião Urbana, consegui refletir sobre alguns acontecimentos da minha vida.
Estou um pouco adoentada esses dias. O fato de não dormir direito e não comer adequadamente há muito tempo fez um resfriadinho se transformar em uma gripe pesada. Esse acontecimento - um tanto desagradável para este ser que vos escreve - fez com que eu aprendesse a valorizar ainda mais as pessoas que me cercam. Pude contar com os remédios incríveis do meu pai, as piadinhas do meu irmão, o carinho e acolhimento dos meus vizinhos, o colo e aconchego da minha mãe.
Na sexta-feira, ao ver que eu não estava melhorando muito, minha mãe apelou, comprou tudo o que eu mais gosto: biscoitinhos franceses de laranja, chá de camomila, suco de cranberry... No sábado ela fez o meu chá das 5 com tudo o que eu tinha direito. Fez massagem com óleos perfumados e ficou do meu lado em tempo integral, sempre com bom humor. Com esses cuidados espetaculares não tinha possibilidade de continuar daquele jeito, não é mesmo?
Hoje, já conseguindo levantar, andar, comer, falar e escrever, fiquei pensando bastante sobre o que é ser mãe e pai. Não tenho dúvidas de que é uma sublime missão, um trabalho de superação constante. É dobrar e triplicar a força, graduar a paciência, estar pronto para o que há de vir e estar sempre preparado para seguir. Acho engraçado ver a minha mãe e as minhas amigas que são mães contando suas experiências. Elas fazem sacrifícios diários (grandes e pequenos) em benefício dessas criaturinhas que puseram no mundo, e se alegram ao ver os mínimos avanços nas nossas caminhadas. Muito interessante vê-las ficando cada vez mais bonitas enquanto o tempo chega, o corpo se modificando um pouco, mas o olhar ficando cada vez mais vivo. Tenho a impressão de que elas vão adquirindo a capacidade de resolver qualquer questão que surgir com facilidade. Essas são as minhas heroínas.
Fico pensando duas coisas:
1. Eu quero um dia ser uma dessas mulheres (daqui há algum tempo, é claro). Uma dessas corajosas que tem muitas experiências para compartilhar e possuem o dom de acolher, de fazer as coisas acontecerem, de transformar os ambientes, de tornar qualquer coisa mágica.

2. Creio que teremos uma sociedade mais saudável à medida que tivermos mães e pais mais responsáveis, preparados e conscientes de seus papéis de transformação. Quando isso começar a acontecer teremos justiça mais justa, cidades mais seguras, educação efetiva, saúde levada a sério, política mais humana.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Sono

Quero prestar minha homenagem a todos os seres humanos que trabalham durante o dia e estudam à noite, essa é uma tarefa nada fácil. Por causa das férias eu já estava desacostumada com essa rotina, e como é difícil voltar a me acostumar!
Nessa uma semana e meia de volta às aulas estou sendo frequentemente perseguida por uma fadinha que raramente me visitava na infância - para a tristeza da minha mãe-, a Fada do Sono. Ela aparece nos momentos mais inoportunos, e como é insistente! Resultado: estou desenvolvendo a capacidade de cochilar em qualquer lugar e em qualquer posição (debruçada em mesas, escorada na parede, deitada no carro, sentada...), o que antes era bem difícil de acontecer. Ontem, para piorar a situação, tive que tomar um anti-alérgico antes da aula, e adivinha: lá veio ela novamente. Passei a aula toda escorada na parede, dormindo de olhos abertos... Que vergonha.
Nesses momentos de sono extremo deveriam aparecer na minha testa os dizeres "Cuidado, escorpiana com sono. Mantenha GRANDE Distância!". Infelizmente esse letreiro não aparece, então às vezes não sou um ser muito cortês ao ser abordada por colegas querendo saber se eu estou bem, ou pelos meus amados pais querem saber como foi a aula. Peço desculpas a vocês, queridos.
Agora só me resta esperar ansiosamente o domingo para poder me entregar completamente aos braços de  Hipnos e de Morfeu (é claro) pelo tempo que eu quiser.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Início

Ontem percebi que as pessoas com quem eu mais convivo não me conhecem direito. Depois de analisar por alguns momentos essa situação, cheguei à conclusão de que eu tenho o costume de achar que as pessoas estão dentro da minha cabeça. Eu realmente achava que meus amigos e familiares sabiam tudo o que eu pensava, sabiam dos meus planos e sentimentos. Por causa disso, em muitos momentos eu fiquei um pouco nervosinha ou descontente com algumas atitudes dos meus queridos, que hoje penso serem totalmente compreensíveis, afinal de contas: eles não estão em mim!
Hoje acordei com uma inspiração diferente e resolvi fazer um blog. Dessa maneira posso mostrar o que há em mim de um jeito descontraído e sem compromissos, fazendo uma das coisas de que mais gosto, que é escrever. Aqui escreverei minhas experiências diárias, minhas descobertas gastronômicas, musicais, cinematográficas, literárias, casuais, familiares, fraternais, esportivas, filosóficas...
Sejam bem-vindos ao meu infinito particular.