domingo, 20 de fevereiro de 2011

Epifania pós-gripe

"É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã" - Essa é a frase que me inspirou a escrever hoje. Escutando o clássico "Pais e Filhos", do Legião Urbana, consegui refletir sobre alguns acontecimentos da minha vida.
Estou um pouco adoentada esses dias. O fato de não dormir direito e não comer adequadamente há muito tempo fez um resfriadinho se transformar em uma gripe pesada. Esse acontecimento - um tanto desagradável para este ser que vos escreve - fez com que eu aprendesse a valorizar ainda mais as pessoas que me cercam. Pude contar com os remédios incríveis do meu pai, as piadinhas do meu irmão, o carinho e acolhimento dos meus vizinhos, o colo e aconchego da minha mãe.
Na sexta-feira, ao ver que eu não estava melhorando muito, minha mãe apelou, comprou tudo o que eu mais gosto: biscoitinhos franceses de laranja, chá de camomila, suco de cranberry... No sábado ela fez o meu chá das 5 com tudo o que eu tinha direito. Fez massagem com óleos perfumados e ficou do meu lado em tempo integral, sempre com bom humor. Com esses cuidados espetaculares não tinha possibilidade de continuar daquele jeito, não é mesmo?
Hoje, já conseguindo levantar, andar, comer, falar e escrever, fiquei pensando bastante sobre o que é ser mãe e pai. Não tenho dúvidas de que é uma sublime missão, um trabalho de superação constante. É dobrar e triplicar a força, graduar a paciência, estar pronto para o que há de vir e estar sempre preparado para seguir. Acho engraçado ver a minha mãe e as minhas amigas que são mães contando suas experiências. Elas fazem sacrifícios diários (grandes e pequenos) em benefício dessas criaturinhas que puseram no mundo, e se alegram ao ver os mínimos avanços nas nossas caminhadas. Muito interessante vê-las ficando cada vez mais bonitas enquanto o tempo chega, o corpo se modificando um pouco, mas o olhar ficando cada vez mais vivo. Tenho a impressão de que elas vão adquirindo a capacidade de resolver qualquer questão que surgir com facilidade. Essas são as minhas heroínas.
Fico pensando duas coisas:
1. Eu quero um dia ser uma dessas mulheres (daqui há algum tempo, é claro). Uma dessas corajosas que tem muitas experiências para compartilhar e possuem o dom de acolher, de fazer as coisas acontecerem, de transformar os ambientes, de tornar qualquer coisa mágica.

2. Creio que teremos uma sociedade mais saudável à medida que tivermos mães e pais mais responsáveis, preparados e conscientes de seus papéis de transformação. Quando isso começar a acontecer teremos justiça mais justa, cidades mais seguras, educação efetiva, saúde levada a sério, política mais humana.

Um comentário:

  1. Clara, amei o blog!! Parabéns pela coragem de expor suas ideias e pensamentos assim tão claramente (sem trocadilhos, claro! rs). Isso nos faz muito bem.

    Pra não ser tããão clara assim, me expresso através do artesanato, mas quem me conhece sabe o que quer dizer cada palavrinha que eu escrevo lá no meu blog. rsrs

    Vamos por em prática a ideia do filme Julie & Julia, ok??
    Estou te esperando pra gente enfeitar o livro de receitas.

    Bjo bjo

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