segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Como escrevi no texto anterior, tenho escutado muitos dramas ultimamente. Acho interessante, pois posso estudar um pouco mais do ser humano e estudar muito mais de mim. Consigo analisar meu infinito particular escutando situações alheias.
Então cá estava eu, terminando de escrever um texto quando uma música me veio à mente. Comecei a lembrar da letra de "Quase sem querer", quando alguns trechos fizeram sentido com muitas reflexões que tive esses dias.
Estou sentindo necessidade de ser mais sincera comigo, admitir sentimentos e ter paciência com minhas limitações. Além disso estou percebendo algo em mim que percebo em outras pessoas também.
Cadê a coragem? Não me refiro à coragem estilo super herói - realmente acho que não precisamos ser She-Ra's e He-man's lutando contra o Esqueleto e gritando "Pelos poderes de GraySkull" - , mas penso na coragem de assumir e enfrentar algumas situações na vida.
Percebo inúmeras pessoas (inclusive eu) arranjando milhares de ocupações e usando isso como refúgio. Aparentemente é mais fácil sumir da própria vida, ocupar a cabeça com outras coisas e fingir que não vê para onde o vento está levando o seu barquinho. Resolvi encarar isso.
Assumir e enfrentar situações demonstra coragem, maturidade e sabedoria. Sabedoria esta que tanto buscamos, que tanto estudamos em livros e aulas, e que tantas vezes desperdiçamos a oportunidade de aprender, pois ela está no dia-a-dia, na maneira como aplicamos todo esse conhecimento adquirido.
Não adianta tanto assim reforçar cada vez mais o intelecto se a inteligência emocional está fraquinha e subdesenvolvida. 
Como diz a música "E queria sempre achar explicação pro que eu sentia". Alguns sentimentos não tem explicação racional. Não adianta ficar 10 anos pensando, às vezes é necessário tomar uma atitude para realmente compreender o que é aquele sentimento. 
Uma das poucas coisas que não conseguimos comprar na Feira dos Importados, no Paraguai, na China ou nos EUA é uma bola de cristal, portanto não conseguimos ter certeza do que irá acontecer depois de cada atitude. 
Não quero dizer que devemos parar de pensar e analisar o que fazemos, longe disso. Precisamos estudar cada caso sim, mas depois desse estudo precisamos usar nosso incrível poder de decisão e enfrentar suas consequências. Às vezes a consequência é doce, outras vezes é amarga, mas nenhum sabor dura a vida toda.
O bonito é aprender com cada experiência e movimentar a vida, sem medo de errar. Afinal de contas, o tempo está passando, e o que eu construí na minha vida além do trabalho? Que relações humanas eu cativei (pais, avós, irmãos, tios e primos não valem, tá!)?
A cada dia me convenço de um fato que por muito tempo tentei fugir: as relações humanas são extremamente importantes, e dependemos delas se não quisermos ficar na secura da solidão. Um papagaio, um gato, um cachorro ou um peixinho não substituem uma pessoa. 
Eu ainda não sou das pessoas mais sociáveis, afinal de contas eu escrevo um blog em vez de conversar, mas estou trabalhando essa dificuldade.
Esses dias fiquei pensando muito para decidir sobre o que escrever nesse blog. Qual seria a próxima história? Então recebi por e-mail um texto de uma escritora nigeriana e a inspiração chegou. Seu nome é Chimamanda Adichie e ela falou sobre o perigo de uma única história. Coloco o link do vídeo original, para quem quiser entender o que estou falando: http://www.ted.com/talks/lang/por_br/chimamanda_adichie_the_danger_of_a_single_story.html
Há alguns dias tenho escutado muitas histórias, e como tento ser um bom ombro amigo fico pensando nas melhores palavras a serem ditas para cada situação. Esse texto se encaixa com o que penso.
Todos nós somos formados por inúmeras histórias, somos livros sendo escritos diariamente. Nossos livros não tem apenas histórias felizes e vitoriosas, mas também não vivenciamos só acontecimentos tristes e fracassados. Para cada momento uma história, de acordo com o que precisamos para nos desenvolver. Às vezes precisamos de medidas mais enérgicas para perceber algumas coisas, e isso não significa que nosso romance tenha ido por água abaixo, tudo depende da nossa maneira de interpretar cada palavra traçada nesses pergaminhos.
Em alguns momentos gosto de estudar as reações e comportamentos das pessoas. É incrível como somos tão semelhantes e tão diferentes. Alguns sofrem intensamente por uma hora, outros pensam e remoem o assunto por meses, uns não dão muita importância para o acontecido, outros passam anos se culpado... Uma coisa que me preocupa é a ideia que alguns tem de que o normal é todos os seres humanos estarem felizes 24 horas por dia, e o pior é dizerem que quem tem alguma alteração de humor é doente. 
As páginas de nossos livros particulares são divididas em gêneros literários. Algumas histórias são escritas por meio de textos narrativos, outras por textos líricos e ainda temos os textos dramáticos. É natural manifestar diferentes reações para diferentes acontecimentos. É assim que podemos aprender a melhor maneira de agir, de modo que possamos solucionar situações mais facilmente usando sabedoria.
Precisamos aprender a equilibrar nossas histórias, escrevendo nossos livros de maneira mais rica e esperta. Assim podemos descobrir quando é melhor sair de uma fábula e quais momentos pedem uma epopéia, outras vezes um conto, uma crônica, um ensaio ou uma novela. Dessa maneira poderemos aproveitar as comédias, viver romances, perceber as farsas, contornar alguma tragédia. E assim lá vamos nós, um passinho de cada vez na construção dessa poesia que é a vida.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Epifania pós-gripe

"É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã" - Essa é a frase que me inspirou a escrever hoje. Escutando o clássico "Pais e Filhos", do Legião Urbana, consegui refletir sobre alguns acontecimentos da minha vida.
Estou um pouco adoentada esses dias. O fato de não dormir direito e não comer adequadamente há muito tempo fez um resfriadinho se transformar em uma gripe pesada. Esse acontecimento - um tanto desagradável para este ser que vos escreve - fez com que eu aprendesse a valorizar ainda mais as pessoas que me cercam. Pude contar com os remédios incríveis do meu pai, as piadinhas do meu irmão, o carinho e acolhimento dos meus vizinhos, o colo e aconchego da minha mãe.
Na sexta-feira, ao ver que eu não estava melhorando muito, minha mãe apelou, comprou tudo o que eu mais gosto: biscoitinhos franceses de laranja, chá de camomila, suco de cranberry... No sábado ela fez o meu chá das 5 com tudo o que eu tinha direito. Fez massagem com óleos perfumados e ficou do meu lado em tempo integral, sempre com bom humor. Com esses cuidados espetaculares não tinha possibilidade de continuar daquele jeito, não é mesmo?
Hoje, já conseguindo levantar, andar, comer, falar e escrever, fiquei pensando bastante sobre o que é ser mãe e pai. Não tenho dúvidas de que é uma sublime missão, um trabalho de superação constante. É dobrar e triplicar a força, graduar a paciência, estar pronto para o que há de vir e estar sempre preparado para seguir. Acho engraçado ver a minha mãe e as minhas amigas que são mães contando suas experiências. Elas fazem sacrifícios diários (grandes e pequenos) em benefício dessas criaturinhas que puseram no mundo, e se alegram ao ver os mínimos avanços nas nossas caminhadas. Muito interessante vê-las ficando cada vez mais bonitas enquanto o tempo chega, o corpo se modificando um pouco, mas o olhar ficando cada vez mais vivo. Tenho a impressão de que elas vão adquirindo a capacidade de resolver qualquer questão que surgir com facilidade. Essas são as minhas heroínas.
Fico pensando duas coisas:
1. Eu quero um dia ser uma dessas mulheres (daqui há algum tempo, é claro). Uma dessas corajosas que tem muitas experiências para compartilhar e possuem o dom de acolher, de fazer as coisas acontecerem, de transformar os ambientes, de tornar qualquer coisa mágica.

2. Creio que teremos uma sociedade mais saudável à medida que tivermos mães e pais mais responsáveis, preparados e conscientes de seus papéis de transformação. Quando isso começar a acontecer teremos justiça mais justa, cidades mais seguras, educação efetiva, saúde levada a sério, política mais humana.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Sono

Quero prestar minha homenagem a todos os seres humanos que trabalham durante o dia e estudam à noite, essa é uma tarefa nada fácil. Por causa das férias eu já estava desacostumada com essa rotina, e como é difícil voltar a me acostumar!
Nessa uma semana e meia de volta às aulas estou sendo frequentemente perseguida por uma fadinha que raramente me visitava na infância - para a tristeza da minha mãe-, a Fada do Sono. Ela aparece nos momentos mais inoportunos, e como é insistente! Resultado: estou desenvolvendo a capacidade de cochilar em qualquer lugar e em qualquer posição (debruçada em mesas, escorada na parede, deitada no carro, sentada...), o que antes era bem difícil de acontecer. Ontem, para piorar a situação, tive que tomar um anti-alérgico antes da aula, e adivinha: lá veio ela novamente. Passei a aula toda escorada na parede, dormindo de olhos abertos... Que vergonha.
Nesses momentos de sono extremo deveriam aparecer na minha testa os dizeres "Cuidado, escorpiana com sono. Mantenha GRANDE Distância!". Infelizmente esse letreiro não aparece, então às vezes não sou um ser muito cortês ao ser abordada por colegas querendo saber se eu estou bem, ou pelos meus amados pais querem saber como foi a aula. Peço desculpas a vocês, queridos.
Agora só me resta esperar ansiosamente o domingo para poder me entregar completamente aos braços de  Hipnos e de Morfeu (é claro) pelo tempo que eu quiser.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Início

Ontem percebi que as pessoas com quem eu mais convivo não me conhecem direito. Depois de analisar por alguns momentos essa situação, cheguei à conclusão de que eu tenho o costume de achar que as pessoas estão dentro da minha cabeça. Eu realmente achava que meus amigos e familiares sabiam tudo o que eu pensava, sabiam dos meus planos e sentimentos. Por causa disso, em muitos momentos eu fiquei um pouco nervosinha ou descontente com algumas atitudes dos meus queridos, que hoje penso serem totalmente compreensíveis, afinal de contas: eles não estão em mim!
Hoje acordei com uma inspiração diferente e resolvi fazer um blog. Dessa maneira posso mostrar o que há em mim de um jeito descontraído e sem compromissos, fazendo uma das coisas de que mais gosto, que é escrever. Aqui escreverei minhas experiências diárias, minhas descobertas gastronômicas, musicais, cinematográficas, literárias, casuais, familiares, fraternais, esportivas, filosóficas...
Sejam bem-vindos ao meu infinito particular.